Arte do cordel

  

Nilza Francisca do Nascimento

O cordel é uma coisa fina

 da cultura popular

dentro de sua escultura

fica bem fácil versar

aquele que monta a rima

sabe bem estruturar.

Tem versos que conta a vida

de sertanejo turrão

que vive da natureza

pra sua sustentação

mas o sol impiedoso

acaba com a plantação.

Cordel informação

é a vida retratada

entende bem quem escreve

inspiração vem por nada

no cenário cultural

é uma arte arretada.

Tem muita coisa engraçada

Em cordel bem rimado

Encontramos o seu Lunga

um velho mau humorado

tem a mulher ciumenta

que persegue seu amada.

Tem casamento matuto

tem dor de separação

lendas e histórias de amor

tem Pedro Malazartes

que é um grande trapalhão.

O nosso cotidiano

aparece no cordel

o verso coisa bonita

na boca do menestrel

aquele que aprecia

é mesmo um leitor fiel.

Amor perfeito

   

                                                     Mateus Jesus

 Antonio Jesus

 Cassiano Gomes

Joana apaixonada

doida para casar

só não se declara

porque não tem idade para namorar.

João veio do rio

Joana veio do mar.

Eles se encontraram

e começaram a beijar.

O pai de Joana chegou

a mãe de João também.

Os dois se gostaram

e começaram a namorar também.

O pai e a mãe

João e Joana

os quatro se casaram

e foram morar em Copacabana.

João e Joana

saíram para lanchar

chegaram na lanchonete

começaram a brigar.

O pai de Joana

e a mãe de João

foram para a balada

e não houve confusão.

João e Joana

Voltaram para  sertão

Chegando lá

Deu um aperto no coração.

Os dois estavam brigando

chegou lá nem se lembraram

o sertão estava destruído

e totalmente acabado.

Joana teve um filho

chamado Joaozinho

foi mostrar para João

mas ele não queria saber do filhinho.

João chegou a morrer

Joãozinho era o herdeiro

da fortuna que ele deixou.

A seca

Jessiane Gomes

Elaine de Jesus

Iane Mota

A seca no sertão

Destrói muitas famílias

Pois sem a plantação

Não vai haver comida.

A seca é uma coisa ruim

Que só vem parar aqui

Coitado do sertão

Que não tem pra onde fugir.

A seca no sertão

Destrói meu coração

Coitadas das criancinhas

Que não tem seu “ganha pão”.

Se a seca acabar

A fome não vai existir

Pois aquela população triste

Vai começar a sorrir.

Meu povo a seca vem ai

Economize sua água

Para a seca fugir.

A Seca

Franceilton

Herivam

Ednailton

Na região Nordeste

É um lugar de sua gente

Quando chove fica contente

E quando vem a seca

Em que sair de lá urgente.

Eu não saio do Nordeste

Nem que fique pouca gente

Eu tenho fé em Deus

Ouve: Ele vai ajudar agente.

Lá é um lugar bom de ver

Quando chove dá prazer em ver

Mas quando vem a seca

Dá desprezo e vontade de morrer.

Do Nordeste eu não saio

Porque eu creio em Nossa Senhora

Ela ainda vai mandar uma chuva de vitória

Os povos que se mudam

Querem voltar para sua região

Agora é tarde demais

E não tem mais solução.

Agradeço a Nossa Senhora

Pela chuva de vitória

Agora é só alegria

E a tristeza vai embora.

A Caatinga

Eric Ricardo

Guilherme Moreira

Henrique Pedrosa

 

Fui visitar a minha mãe

Num lugar muito conhecido

O nome dele é Caatinga

Tinha muita abelha e mosquito.

Lá não tinha luz

Enem o que beber

Por isso fui na geladeira

Caçar o que comer.

A Caatinga estava ruim

E muito desanimada

Pequei minha sanfona

E fui animar a criançada.

 

Eu estava com muito calor

E fui tomar banho de rio

Quando cheguei lá

Tinha um sabiá dentro do barril.

Lá na minha fazenda

Tinha uma galinha Carijó

Ela dava muitos ovos

Pra eu comer com a minha avó.

Quando chego do trabalho

Eu vou pra casa descansar

 Eu tiro minhas botinas

E meio dia vou almoçar.

Quando chega o inverno

A gente pula de alegria

Nós fazemos umas festas grandes

Com bombons e pé de moleque e CIA.

Quando termina a festa

A gente fica muito cansado

O inverno acabou

Nós botamos os casacos no armário.